MITOS QUE ENVOLVEM O AUTISMO
- anacostacapoto
- 20 de jan. de 2022
- 4 min de leitura

Para que não ocorram enganos a respeito do Autismo, é de extrema importância ter informações precisa e com bases científicas sobre o transtorno.
Aqui vou descrever, vários mitos que comumente vemos das pessoas em relação ao Autismo.
Um dos mitos mais comuns, é dizer que “TODO O AUTISTA É NÃO-VERBAL”. O TEA é caracterizado por déficits na comunicação e interação social e comportamento, interesses ou atividades restritas e repetitivas. Os déficits variam muito com o nível do transtorno. A linguagem, por exemplo, varia entre comunicação social prejudicada ou ausência total da fala.
Muitos autistas, como por exemplo, os Aspergers, desenvolvem bem a capacidade de comunicação verbal e muitos podem viver de forma independente. As intervenções devem ser baseadas nas necessidades que cada um possui e não apenas no diagnóstico.
O autista não verbal consegue entender o que dizemos, apenas precisamos saber como nos comunicar com eles.
“PESSOAS COM AUTISMO SÃO MAIS ADEQUADAS PARA TRABALHOS QUE ENVOLVEM TAREFAS REPETITIVAS”. Essa afirmação não leva em conta de que o transtorno está dentro de um espectro, não há trabalho que seja apropriado a todos os indivíduos com TEA. Dizer que tal trabalho é apropriado para essas pessoas, baseado apenas na deficiência é incorreto.
Indivíduos com TEA possuem muitas habilidades e talentos que os torna capazes de realizar vários trabalhos, porém a realidade é outra, infelizmente existe uma taxa de desemprego muito alta, por causa do déficit nas habilidades sociais, que são fundamentais para uma entrevista ou para o local de trabalho.
Devemos nos empenhar em ajudá-los desde pequenos, a explorar suas habilidades e potencialidades. A escola possui um papel fundamental para esse desenvolvimento e os professores não devem limitar as opções de alunos Autistas.
“INDIVÍDUOS AUTISTAS NÃO CONSEGUEM SE RELACIONAR”. Embora saibamos que essas pessoas possuem dificuldades em se relacionar, não quer dizer que seja impossível. Estudos recentes demonstram que a maioria das pessoas com TEA deseja se relacionar com outras pessoas, mesmo que tenham dificuldade em interagir e tenham uma difícil compreensão de pistas sociais.
Na escola haverá uma grande possibilidade de interação com os colegas e a formação de relações sociais. Os professores podem servir de ponte para que isso aconteça, explicando aos alunos a condição do colega.
“VACINA CAUSA AUTISMO”. A tempos atrás, dizia-se que as vacinas causavam Autismo, porém nunca houve evidências que apoiassem essa afirmação. Embora não haja evidências para as vacinas, os fatores ambientais e genéticos estão associados a um maior risco para o transtorno. Existem hoje, 61 variações genéticas associadas ao risco de TEA e seções repetidas ou excluídas de DNA e anormalidades cromossômicas foram implicadas.
Entre os fatores de risco estão: idade paterna avançada, saúde física e mental materna precárias, uso de medicações pré-natal materna, exposição materna a produtos químicos, parto prematuro, complicações no parto, infecções pós-parto, histórico familiar...

“TODO O AUTISTA É APÁTICO”. O Autista possui a capacidade de amar, abraçar e beijar as pessoas, eles têm a capacidade de saber quando uma pessoa está triste ou brava, eles entendem que um colega precisa de ajuda e ser solícito. As emoções de um Autista são percebidas e expressas de forma diferente.
Os Autistas têm emoções sim!! Quando a emoção é comunicada de forma direta, eles são capazes de compreendê-las. O treino do reconhecimento das emoções é importante desde cedo.
O Autista não é antissocial, apenas não sabe como interagir ou expressar as emoções. Tudo isso pode ser trabalhado desde bem pequenos.

“TODOS OS AUTISTAS SÃO INCENSÍVEIS”. Um Autista precisa ser estimulado a aprender a expressar suas emoções e sentimentos. As alterações de sensibilidade, na maioria das vezes, são físicas (aversão a comida, dor, texturas).
“TODOS OS AUTISTAS SÃO AGRESSIVOS”. Nem todos os Autistas são agressivos, eles têm uma baixa tolerância as frustações e podem manifestar isso em forma de agressão.
Devido a atrasos na fala ou o não desenvolvimento dela, juntamente a dificuldade em se expressar, pode desencadear essa reação, pois é a única forma de comunicação para chamar a atenção para algo, para emitir algum desejo, algum incômodo.
“O AUTISTA VIVE EM OUTRO MUNDO”. Isso não é verdade, é possível o Autista desenvolver interação social, embora tenha dificuldades de socialização. Existem vários graus de autismo dentro espectro e todos eles necessitam de intervenção.
“OS AUTISTAS NÃO APRENDEM”. Todo o Autista possui uma forma diferente de aprender, todos são capazes, apenas precisamos, junto com os professore, buscar a melhor maneira de ensinar.
“NÃO HÁ TRATAMENTO ADEQUADO PARA O TEA”. As terapias são a melhor ferramenta para o desenvolvimento desses indivíduos. Hoje sabe-se que há uma gama muito grande de terapias, com embasamento científico, que auxiliam no desenvolvimento deles.
A medicação é indicada somente em casos que algum outro transtorno esteja associado (TDAH, epilepsia...), trazendo prejuízos ao indivíduo.
“OS AUTISTAS SÃO SUPERDOTADOS”. Muitos autistas, como por exemplo os que possuem Síndrome de Asperger, possuem interesses bem específicos ou memória factual e visual bem acima da média, dando a impressão de superinteligência. Suas capacidades costumam ser bem variadas.
10% dos Autistas tem síndrome de Savant (síndrome do gênio), normalmente possuem QI abaixo da média, porém desenvolvem alguma capacidade muito acentuada em área específica.
“OS AUTISTAS NÃO OLHAM NOS OLHOS”. A crença de que esses indivíduos não olham

nos olhos, pode atrasar muito o diagnóstico, pois outras características são levadas em conta. O olhar nos olhos demanda uma quantidade muito grande de informações a serem codificadas, por isso alguns Autistas não conseguem manter o contato visual ou mantê-lo por muito tempo, já outros não tem problema algum.
Não se baseiem somente nessa característica para descartar o Autismo.
O mesmo se aplica a movimentos para frente e para trás com o tronco, nem todos possuem essa característica, na realidade será um conjunto de características e comportamentos que ajudará a fechar um diagnóstico.
“CURA PARA O AUTISMO”. O Autismo não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Trata-se muito mais da esperança que muitos pais possuem em relação a condição dos filhos. Com as terapias corretas e intervenções precoces haverá uma melhora considerável de muitas dificuldades e limitações, porém o transtorno sempre vai existir.

NINGUÉM É CAPAZ DE RECONHECER UM AUTISTA POR CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, POIS AUTISTA NÃO TEM CARA!!!
O AUTISMO NÃO É DOENÇA!!!
OS AUTISTAS NÃO SÃO TODOS IGUAIS, CADA UM POSSUI CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS, ELES SÃO SINGULARES!!!
“É POSSÍVEL IDENTIFICAR O AUTISMO AINDA BEBÊ”.
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