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CHEGOU A HORA DE DORMIR, E AGORA?

  • anacostacapoto
  • 12 de out. de 2020
  • 3 min de leitura


A hora de dormir é sempre problemática, pois ele possui distúrbio do sono. Essa transição é muito difícil para ele devido a hiperatividade. Alguns protocolos são importantes para nos ajudar. Em torno de 1 hora e meia antes de dormir, não é mais permitido o acesso aos eletrônicos (tv, computador, celular e tablet), pois desenhos e vídeos o deixam mais agitado. Preparar o quarto nesse momento, demonstra que ele deve começar a diminuir o ritmo e a se acalmar. Diminuir a intensidade da luz, colocar músicas calmas e relaxantes, tomar um banho morno, tomar o leitinho dele e escovar os dentes, ajuda muito a demonstrar a transição. Nessa hora ele não abre mão e se recusa a dormir se não tiver um beijo da “mamãe” e do “papai”. É muito comum nas primeiras 2 horas de sono, que ele levante várias vezes para ir ao banheiro, para ver se eu estou dormindo também, para conversar algo... e ainda várias vezes pegamos ele conversando sozinho ou pegando algum brinquedo, assim perdemos algum tempo, porém tentamos não perder a paciência e leva-lo novamente até a cama, mostrando a importância do horário de dormir (repetir a rotina na mesma ordem, todos as noites). Uma vez que ele se acalma, consegue dormir à noite toda!! Para nós sempre é uma vitória!!



Sempre é importante verificar fatores que podem interferir no sono: falta de rotina noturna, usar produtos estimulantes do SNC (café, chocolate, doces em geral e refrigerantes), acesso a computadores, tv, barulho, muita luz (eles são hipersensíveis).

O distúrbio do sono depende de mecanismos que envolvem várias estruturas cerebrais e neurotransmissores. Pode afetar entre 40% e 80% dos Autistas, enquanto que em crianças neurotípicas afeta de 10% a 16% dos indivíduos. O distúrbio pode ser produzido por fatores diferentes, de acordo com a característica de cada um (a gravidade do Autismo, hiperatividade, ansiedade, déficit de atenção, uso de medicação, comorbidades associadas...)

Em relação aos distúrbios do sono no TEA, tudo ainda é teoria. Uma delas é que o corpo possui os ritmos circadianos alterados (saber diferenciar dia/noite). Esses indivíduos possuem dificuldade de entender todo o preparo para essa hora, devido à dificuldade de socialização. Outra teoria é de que a melatonina (produzida em várias partes do corpo como retina, glândulas lacrimais, linfócitos, intestino e o maior produtor de melatonina que é a glândula pineal, no cérebro) que regula os ciclos de sono-vigília, diminui a temperatura do corpo, diminui a frequência cardíaca e pressão arterial durante à noite, está alterado (o aminoácido triptofano, responsável pela produção de melatonina encontra-se em níveis alterados, libera maior quantidade durante o dia e menor à noite) e outra teoria é de que a hipersensibilidade causada por estímulos externos (luz, barulhos, cheiros, texturas das roupas, lençóis, cobertores...) afeta o sono. Particularmente acho que é o somatório de todas elas. Os pais, com ajuda do terapeuta devem avaliar as rotinas que se adaptam a seus filhos.

A falta de sono pode trazer muitos problemas, entre eles o funcionamento cerebral, hormonal, a diminuição do rendimento ao longo do dia (necessidade de capacidades cognitivas diminuídas), irritabilidade, depressão, hiperatividade, problemas comportamentais.

Em estudos feitos nos Estados Unidos e Canadá mostram dados de que 16% de crianças Autistas utilizam alguma medicação para dormir e a maioria dos fármacos não tem indicação para crianças abaixo dos 12 anos e seus efeitos adversos normalmente são muito grandes (avaliação deve ser feita pelos profissionais que os acompanham em conjunto com a família). Nós ainda não optamos pela medicação.

O sonambulismo é presente, sempre temos o cuidado de fechar todas as portas e não deixar objetos perigosos soltos. Quando ele levanta e começa a andar pela sala, levamos ele imediatamente até ao quarto e deitamos ele normalmente. Ele vai tranquilo e sossegado, como se não estivesse acontecendo nada.

Toda essa rotina, as vezes é cansativa, porém é necessária. Pode até parecer exagero, mas é a melhor maneira de lidar com as dificuldades.

Todo esse protocolo pode ser modificado dependendo da agitação, de como o dia foi para ele e da demanda de emoções.

“Os pais são os regentes da orquestra. Além da responsabilidade de escolher os profissionais que mais se adequam ao perfil do paciente com TEA, quando existe participação ativa no processo, seja na escola, na terapia, na pracinha ou no parquinho do prédio, o resultado será melhor”.



1 commentaire


luciagf
17 oct. 2020

Rotina, combinados, paciência. Vocês trazem elementos fundamentais pra essa alquimia do amor. Parabéns!!!!🥰

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