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O início

  • anacostacapoto
  • 12 de set. de 2020
  • 2 min de leitura


"Ter Asperger não é uma doença. Não sou louco, nem freak, nem esquisito. Só que minha maneira de receber e processar a informação é diferente."

Meu filho foi diagnosticado com Síndrome de Asperger (desde 2013 faz parte do TEA) aos quatro anos e meio de idade. Não foi fácil, mas por incrível que pareça, a iniciativa de procurar ajuda não foi minha e sim do pai.

Eu entrei em estado de negação durante um tempo e tudo o que meu marido tentava conversar comigo, sobre o comportamento do João (hoje com 10anos), eu tentava fugir e pedia mais um tempo para observar. Imediatamente ele tomou a iniciativa, que mudou a nossa vida, de procurar uma psiquiatra buscando uma avaliação; dessa forma eu não teria tempo de encontrar mais motivos para não fazê-lo. Tudo o que eu tinha era medo de que tudo o que pensamos se confirmasse.

O João era uma criança que chorava demais quando alguém tentava pegá-lo ou abraçá-lo, muitas vezes o contato visual era difícil, alguns sons eram extremamente irritantes para ele, de um dia para o outro começaram as restrições alimentares, as dificuldades na fala ficaram mais visíveis. O jeitinho desajeitado e a coordenação motora são trabalhados sempre. A dificuldade em interpretar a linguagem corporal e expressões faciais ligadas a sentimentos e emoções, entender tudo ao pé da letra, são características muito marcantes.

A hipersensibilidade muitas vezes causa bloqueios e faz com que desenvolvam comportamentos confundidos com " birra".

Nós pais, também muitas vezes sofremos julgamentos pelo comportamento de nossos filhos, por falta de conhecimento das pessoas. Por mais que tentemos explicar, é muito difícil as pessoas realmente verem, pois essas crianças passam a falsa impressão de que não têm nada, somente o convívio deixa transparecer o transtorno. São apaixonantes e apaixonados! Não são supergênios, como muitos pensam, apenas se fixam excessivamente em algum(s) assunto(s). Esse hiper foco faz com que se destaquem em algumas áreas (isso deve ser aproveitado em favor do aprendizado). As habilidades sociais, são o grande obstáculo, pois costumam ser rígidos, não compreendem a comunicação não verbal e não toleram bem o que não se encaixa em padrões (essa dificuldade deve ser trabalhada).

A ideia de compartilharmos nossas vivências, apareceu justamente pela dificuldade de nos fazermos compreender.

O Asperger é parte dele e continuará sendo por toda a vida.


2 Kommentare


luciagf
25. Sept. 2020

É uma honra caminhar com vcs. Partilhar de forma tão verdadeira a sua história de vida, com certeza vai atingir muitas pessoas que buscam informações e um direcionamento. Parabéns, pelo João, pelo blog. Pelo novo caminho😍😚

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Luciana Carvalho
Luciana Carvalho
13. Sept. 2020

A mãe de uma criança diferente não nasce pronta; nasce com seu filho, cresce, amadurece e aparece.

Porque autista é assim: Quando ele ri é de verdade, mas quando fica bravo tb. Quando chora é porque a lágrima ficou mais forte do que a serenidade, mas quando fica feliz é impossível disfarçar. Quando ele ama é por inteiro. E quando não ama, não faz sentido. Quando ele quer é porque necessita e quando gosta de alguém é com a alma.

Parabéns pela iniciativa.

Ass: Luciana, mãe de uma autista, apaixonada por este mundo azul, educadora, psicopedagoga e terapeuta ABA.

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