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UM POUCO DA HISTÓRIA DO AUTISMO

  • anacostacapoto
  • 19 de set. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 19 de set. de 2020


João Vítor brincando na antiga Casa Daros em 2015

A palavra AUTISMO vem do grego “AUTOS”, que significa “si mesmo”.


A nomenclatura e a classificação do que chamamos de Autismo, hoje TEA (Transtorno do Espectro Autista), já passou por diversas reformulações ao longo dos anos. Em 1980 a condição foi oficialmente reconhecida como um diagnóstico médico no DSM-III, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.


- Em 1911, Eugen Bleuller, apresentou pela primeira vez o nome “Autismo” ao mundo.


- Em 1943, Leo Kanner, médico, pesquisador e professor da Universidade Johns Hopkins, publicou um artigo científico com relato de 11 crianças que apresentavam três características comuns entre si e tornavam seus comportamentos muito diferentes do que o usual quando comparados a jovens da mesma idade.


- Em 1944, a Síndrome de Asperger foi descrita pela primeira vez pelo médico, pediatra, Hans Asperger. Ele relatou crianças com comportamentos rígidos, interesses específicos e déficit na socialização; além de alguma dificuldade na linguagem e comunicação. A Síndrome de Asperger deixou de ser apenas um estudo documentado e particular.


- Em 1956, Kanner e Eisenberg, elegem 2 sintomas principais “isolamento extremo” e insistência obsessiva na manutenção da “mesmice”.


- Na história, outra médica teve importância, a psiquiatra da infância e da juventude, inglesa, Lorna Wings (que tinha uma filha autista). Seus estudos estabeleceram a análise do Autismo sob a visão de três pilares de prejuízos principais chamada de “TRÍADE DE WING”. Essa tríade está presente em portadores de TEA. Os prejuízos são: socialização, linguagem verbal e não verbal e comportamentos repetitivos ou estereotipados. Também concluiu que a predominância do transtorno é em meninos (4 vezes mais do que em meninas).


- Dra. Wings publicou muitos estudos, inclusive baseados em estudos de Hans Asperger, tornando as pesquisas feitas por ele populares e escreveu vários livros. Inseriu a Síndrome de Asperger no vocabulário médico.


Mitos e verdades sobre o Autismo


- Em 1997, o médico inglês, Andrew Wakefield, levantou a hipótese de que a vacina tríplice viral causava Autismo. Estudos subseqüentes comprovaram erros no artigo escrito por ele, incluindo falhas na metodologia. Seu artigo foi desqualificado pela comunidade científica internacional e sua licença médica cassada. Diversos estudos posteriores comprovaram que a VACINAÇÃO NÃO CAUSA AUTISMO


- Outro mito amplamente disseminado a respeito do Autismo era de que as “MÃES GELADEIRA” seriam causadoras do Autismo infantil. Esse termo é usado para identificar mães que demonstravam pouco ou nenhum afeto por seus filhos, negligentes e violentas. Estudos neurocientíficos demonstraram que ESSE COMPORTAMENTO PARENTAL NÃO CAUSA AUTISMO.


- É mito dizer que Autistas vivem em um mundo próprio, o que eles têm é dificuldades de comunicação e socialização. Muitas vezes quando participam de um grupo sociais, em que o assunto não seja de seu interesse, tendem a se isolar ou serem isolados pelo próprio grupo. Isso faz com que possam desenvolver depressão, principalmente na adolescência, que é a fase em que jovens começam a se identificar e tentar se encaixar nesses grupos sociais.


- É mito dizer que Autistas não demonstram afeto, eles sentem falta, amam e gostam da companhia de pessoas com quem criam laços de amizade e se dispõe a participar de suas brincadeiras, conversar sobre assuntos de interesses deles e atividades que eles gostem. Os indivíduos com TEA se expressam de maneira diferente e própria. A identificação desses gestos é importante por parte da família e amigos, para que possa retribuí-los.


- É verdade que os Autistas muitas vezes gritam para poderem expressar ou sinalizar que algo os está incomodando. Isso pode demonstrar medo, aversão e desconforto perante alguma situação. Nesses momentos as estereotipias podem estar aumentadas.


- É mito dizer que Autistas são gênios, o que eles possuem são talentos acima do normal em algumas áreas específicas como: cálculos matemáticos e memorizar diversas informações perfeitamente. Em uma pequena parcela de Autistas, suas habilidades específicas estão acima da média, assim como pessoas que não estão no espectro. Em casos de pessoas com TEA que possuem habilidades extraordinárias, pode estar ligado a presença da síndrome de SAVANT, geralmente desenvolvem de forma excepcional a memória, capacidade de cálculo, habilidades para música e artes, além do domínio de línguas estrangeiras, ela pode ser confundida com Autismo.


- Outro mito é dizer que há cura para o Autismo. É importante entender que o Autismo não é uma doença e sim uma condição neurológica que interfere no neurodesenvolvimento. Ainda não existe maneira de extinguir o transtorno, mas todas as intervenções, baseadas em ciência e com comprovação, somado a um acompanhamento multidisciplinar individualizado e composto por profissionais experientes, trazem benefícios e uma consequente diminuição dos sintomas.


- Deve haver muito cuidado por parte dos pais dos portadores de TEA em relação as medicações. Todas elas só devem ser administradas com acompanhamento do profissional responsável. Cada caso deve ser avaliado independentemente. Na dúvida, os pais tem toda a liberdade de buscar outros profissionais, caso estejam insatisfeitos. O que funciona para um paciente, pode não funcionar para outro, quem deve avaliar são os pais em conjunto com os profissionais para que se administre as medicações de forma segura e eficaz.


- Os pais devem recorrer a terapias comprovadamente eficazes, pois há um aumento substancial de terapias alternativas, duvidosas e sem embasamento científico. Isso faz com que se perca um tempo precioso e recursos. Tempo para o tratamento do TEA é essencial para um bom desenvolvimento.

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