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A IMPORTÂNCIA DAS INTERVENÇÕES NO TEA

  • anacostacapoto
  • 14 de dez. de 2020
  • 6 min de leitura

Embora não haja cura, o autismo possui alternativas de tratamento que procura

amenizar os sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida.

A inclusão desses indivíduos, não é só possível, mas necessária. Eles possuem características de isolamento, resistência em demonstrar afeto e de interagir com as pessoas (tudo depende do grau do transtorno).

Não existem fórmulas para se conseguir inseri-los na sociedade, o que existem são tentativas baseadas nas individualidades e com resultados muito bons.

Se os pais observam comportamentos que podem estar associados ao TEA, devem começar logo as intervenções, independente do fechamento do diagnóstico, pois pode demorar algum tempo, e tempo é o que não podemos perder!

Na maior parte das vezes, os terapeutas é que ajudarão no diagnóstico e servirão de suporte para um bom desenvolvimento.

Achei importante listar algumas terapias, com embasamento científico, e que trazem resultados positivos.

A psiquiatra foi o primeiro contato real com o TEA, quando meu filho tinha quatro anos e meio. Ela marcou várias consultas e com questionários específicos diagnosticou que meu filho tinha síndrome de Asperger (tipo de autismo, de alto grau funcional). Devido ao TDAH e ao TOD ela receitou a risperidona, mas os resultados da medicação foram muito ruins para ele, então decidimos parar. No mesmo ano do diagnóstico, passamos pelo neurologista que confirmou o transtorno.

Até 2020 achamos que seria possível tratá-lo somente com as terapias, porém, alguns sintomas pioraram muito durante a pandemia, então ele começou a utilizar o Neuleptil 1% duas vezes ao dia. Ele respondeu bem a medicação.

A profissional que fez toda a diferença e que nos ajudou a entender e a desenvolver meu filho, foi a PSICÓLOGA. Para mim, uma das profissionais mais importantes de todo o processo. Meu filho diz que ela é a sua melhor amiga. Isso torna a terapia muito mais prazerosa, ele tem um vínculo de confiança e amor.

A psicoterapia atua na melhora das habilidades linguísticas, sociais e cognitivas.

Dentro da psicologia existem várias técnicas e métodos de intervenção, baseadas e fundamentadas em princípios da terapia comportamental.

A capacidade neuroplástica que o cérebro possui para aprender através de estímulos e exercícios, é que fazem com que novos caminhos entre os neurônios sejam criados e que haja acomodação para novas aprendizagens. Quanto mais estímulos eles recebem, mais caminhos neurais são criados.

A psicoterapia ajuda na reorganização do cérebro para a aprendizagem e memorização de comportamentos adequados.

As crianças que não conseguem se comunicar da maneira correta, geralmente adotam comportamentos de birra, choro, gritos para conseguirem o que querem.

Através dessas técnicas, adotadas pelo psicólogo, os indivíduos com TEA passam a ter maior facilidade de comunicação. Os comportamentos inapropriados serão reduzidos e haverá o desenvolvimento de comportamentos funcionais.

De acordo com a gravidade do quadro, a intensidade da terapia e a abordagem modificam. O psicoterapeuta, indicará a melhor técnica, sempre baseado na análise da condição do indivíduo com TEA.

As características do transtorno não acontecem de forma universal, elas se apresentam de forma diferente em cada um.

Dentro da psicoterapia existem muitas técnicas comprovadas e eficazes:

TERAPIA ABA: Sigla que em português, quer dizer análise do comportamento aplicada, é um dos principais métodos de tratamento para pessoas com TEA.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o método é a opção mais eficaz de modo geral, para tratar o transtorno.

O método atua em duas grandes frentes: a ampliação e aquisição de comportamentos deficientes ou inexistentes no repertório da pessoa com TEA (verbal, pré-acadêmica e acadêmica, social, de brincar, profissional, de atividade física, artística etc.) e a diminuição de comportamentos em excesso que dificultem a adaptação do indivíduo, como restrições de interesses e motivação, comportamentos autoestimulatórios (estereotipias vocais e motoras), birras e comportamentos agressivos.

SISTEMA PECS: Trabalha justamente na área da comunicação, que está prejudicada nas pessoas com TEA.

“...É um sistema de comunicação por troca de figuras, que hoje é usado em qualquer criança ou adulto que possua dificuldade no comportamento verbal.”

“Ensina a criança como ela deve se comunicar ou quais as regras básicas da comunicação, como iniciar a interação social de forma adequada, por exemplo, durante o treino, elas vão aprendendo a emitir mensagens específicas, como o que querem e qual a quantidade.”

Elas aprendem a se comunicar através de figuras e imagens. O método é personalizado, levando em conta dificuldades específicas.

TEACH: Técnica desenvolvida nos Estados Unidos, em que se trabalham as limitações relacionadas a comunicação, para indivíduos com TEA.

Programa especial de educação talhado para as dificuldades individuais de aprendizado, baseado no desenvolvimento do cotidiano (sistema de orientação visual).

O TEACH cria uma estrutura de organização física, de horários individualizados, sistema de atividades e estrutura de apoio visual em tarefas e atividades (ex.: quadro de horários e tarefas).


TERAPIA OCUPACIONAL: Junto com a psicoterapia e a fonoaudiologia é um dos métodos mais utilizados. Ajuda no desenvolvimento de habilidades sociais. O terapeuta ocupacional, pode inclusive, ajudar no diagnóstico, quando existe a presença de comportamentos de hiper-reatividade ou hipo-reatividade de alguns estímulos (visual, paladar, olfato e tato).


Trabalhos de integração sensorial que leva em conta a individualidade, para melhorar o

aprendizado e adaptação de estímulos externos.



FONOAUDIOLOGIA: É possível através dela, reduzir impactos do TEA na audição e na fala e ampliar a independência cognitiva e funcional do indivíduo com o transtorno. A fono contribui para facilitar a interação social e ajudará a entender e usar as palavras.

Poderá treinar a leitura e a escrita, identificando as dificuldades de cada um.

Em autistas não verbais e com habilidades de comunicação comprometida existe a chamada “comunicação ampliada e alternativa – CAA”.


TERAPIAS ASSISTIDAS POR ANIMAIS: A presença de animais estimula e melhora os comportamentos sociais, contato visual, diversão, brincadeiras e contato físico.


A equoterapia é uma das mais utilizadas dentro das intervenções com animais. Além de todos os benefícios anteriores, a montaria auxilia nas questões sensoriais e equilíbrio. A terapia com cães também já está sendo utilizada.

O meu filho ama cachorros, literalmente ele rola no chão com e


ESPORTE E EDUCAÇÂO FÌSICA: Sempre esteve presente desde o início do tratamento. De extrema importância para o desenvolvimento do corpo e manutenção da saúde. Ajuda no desenvolvimento motor, equilíbrio, motricidade fina e global.

O João escolheu o judô para a vida dele. Os benefícios sempre foram visíveis. Durante as aulas, ele diminui alguns comportamentos desajustados ou inadequados, trabalha a autoestima, sociabilidade, respeito, limites.

O judô ajudou a criar vínculos e amizades. A equipe pedagógica sempre foi sensacional,

sempre empenhados em aprender e crescer junto com ele, pois é o único especial da turma.



MUSICOTERAPIA: A música estabelece conexões afetivas e efetivas, tem a capacidade de manter a atenção, estimula e usa muitas partes do cérebro, fornece um contexto

significativo e agradável para a repetição (cantigas de roda), incentiva o movimento, evoca memórias e emoções.

É um excelente instrumento de aprendizado e desenvolvimento.


A música promove o relaxamento, aumenta a coordenação motora, reforça, motiva, desenvolve habilidades funcionais da comunicação, motiva a interação com os outros.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: O objetivo não é tratar o autismo, e sim os sintomas que acompanham o transtorno.

As principais medicações usadas para diminuir os sintomas são os psicofármacos (usados para alterações psíquicas, como humor, desenvolvimento cognitivo, comportamento, personalidade e psicomotricidade).

Entre os psicofármacos encontramos os ansiolíticos (popularmente conhecidos como calmantes). Os ansiolíticos mais usados são os benzodiazepínicos, que atuam nos neurotransmissores e produzem efeito tranquilizante no SNC.

Outra classe que compõe os psicofármacos são os neuropiléticos, também conhecidos como antipsicóticos.

Os neuropiléticos são normalmente efetivos estimulantes e estabilizadores de humor, diminui agressividade, irritabilidade, agitação excessiva e estereotipias.

Os neuropiléticos se dividem em dois tipos: típicos e atípicos. Entre os neuropiléticos atípicos, temos o mais conhecido que é a Risperidona e o Aripiprazol.

A maior parte das medicações pode trazer efeitos indesejados, por isso deve ser recomendado e acompanhado pelo médico.

Outras medicações mais naturais estão sendo largamente estudados e usados em pacientes com TEA: A Melatonina e o óleo de CBD.

A melatonina é um hormônio produzido pelo corpo e está associado ao sono. De 44 a 83% de indivíduos com TEA apresentam o distúrbio e geralmente está associada a outras comorbidades (TDAH, ansiedade, depressão, epilepsia...). O Intestino produz mais melatonina do que a glândula pineal, por isso o bom funcionamento e boa alimentação são importantes.

O hormônio, sem as terapias comportamentais e uma boa higiene do sono, se torna pouco eficaz.

ÓLEO DE CBD: Ingrediente não psicoativo, vem das plantas industriais do Cânhamo.

Administrado com o propósito de diminuir a hiperatividade, déficit de atenção, interação social, autoagressão, sono, crises epiléticas...). Em um estudo realizado em 2019, mostra que crianças com TEA tratadas com cabinóides apresentam melhoras significativas.

Desde 2015, a importação direta de medicamentos à base de canabidiol é permitida. Em 2019 a ANVISA aprovou a venda em farmácias de produtos feitos com compostos de Cannabis, desde que haja autorização do médico que acompanha.

A partir da consulta e com posse da receita médica, deve entrar no site do governo e solicitar autorização para importar produtos derivados de cannabis.

Muitos estudos estão sendo feitos para entender como a substância se comporta em diferentes organismos, entender possíveis efeitos adversos e sua utilização a longo prazo.

Qualquer terapia ou medicação prescrita para um indivíduo deve ser feita de forma individual, levando em conta as dificuldades e o quadro apresentado.


 
 
 

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