O Transtorno do Espectro Autista em meninas
- anacostacapoto
- 23 de mai. de 2021
- 3 min de leitura

Segundo pesquisas, o Transtorno do Espectro Autista atinge mais meninos do que meninas, em uma proporção de 5 para 1 e que o Autismo em meninas pode se manifestar de maneira diferente dos meninos. Essas evidências foram colhidas pelo Children’s Nacional Health System, nos Estados Unidos e mostraram que: as meninas se comunicam melhor com seus interlocutores; as meninas estabelecem uma interação social mais eficiente; as meninas apresentam menor prejuízo intelectual e o Autismo em meninas prejudica mais a realização de tarefas básicas do cotidiano (escovar os dentes, tomar banho, se vestir...).
Justamente por elas desenvolverem com mais efetividade as habilidades sociais, é comum que os pais demorem para perceber os sinais e resolvam levá-las a um especialista. Elas possuem mais facilidade em estabelecer amizades e menos prejuízos em funções cognitivas, se comparadas aos meninos. Acontece bastante de o diagnóstico não ser feito, pois outros distúrbios podem se sobressair (TDAH, Transtorno de ansiedade, entre outros).

O diagnóstico em meninas pode ser prejudicado também, quando confundido com uma simples timidez.
As crianças que possuem o transtorno não têm muita percepção de comandos dados, enquanto crianças neurotípicas tímidas sabem o que devem fazer e como reagir as demandas dos adultos. As meninas têm menor frequência em apresentar sintomas externalizantes como agressividade, raiva e estereotipias .
O cérebro de meninas é naturalmente mais social, mais empático e com maior capacidade para as habilidades sociais.
As meninas com TEA, que não gostam muito de abraços, beijos, de brincar com outras crianças, são confundidas pelos pais e escola como retraídas e tímidas. Os meninos chamam mais atenção para o transtorno, pois naturalmente são mais inquietos e exploradores, portanto os sinais do transtorno são mais aparentes.
Alguns sinais podem chamar mais atenção durante simples brincadeiras, mas nem sempre são percebidos, em que a criança coloca e tira a roupinha e penteia os cabelos da boneca repetidas vezes, brinca sempre com as mesmas panelinhas, fica sempre com a mesma boneca o tempo todo no colo.
Meninas com o transtorno leve tendem, no ambiente escolar ficar quietinhas, folheando um livrinho ou ficar com sua boneca, sem atrapalhar a aula e seus amiguinhos e esse comportamento não é percebido pelos professores. As meninas com graus mais leves de Autismo, funcionais, são mais difíceis de diagnosticar do que os meninos, pois adotam o MASKING (camuflagem dos sintomas) do Autismo com mais efetividade, como forma de adaptação social, porém ao fazer isso, se torna uma sobrecarga muito grande para elas.
Acreditava-se que o Autismo em meninas era mais grave, mas o que acontecia era que as meninas diagnosticadas estavam em um espectro mais grave, a de grau mais leve tinham maior dificuldade de serem diagnosticadas precocemente. Centenas de milhares de meninas e mulheres pelo mundo podem estar convivendo com o Autismo sem saber.
Os critérios diagnósticos são os mesmos em ambos os sexos. Diagnosticar o transtorno moderado e severo é bem mais fácil do que os casos mais leves, que é desafiador, sem o diagnóstico esses indivíduos passam por um sofrimento muito grande ao longo do tempo.
O maior desafio para o diagnóstico do TEA em meninas, é o treinamento dos profissionais de saúde para detectar os sintomas. Sinais sutis do transtorno muitas vezes, de maneira errada, são descartados.
Os estudos científicos demonstram que as meninas Autistas evoluem muito melhor nas questões sociais, já os meninos evoluem melhor nas questões do cotidiano.

Comments